domingo, 7 de julho de 2013

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O SONHO DE CERVANTES
(E OUTROS DELÍRIOS)


POEMA
IX


(Que trata de como a imprevisível sorte foi desfavorável ao fidalgo Don Quixote de la Mancha, e de como o vencido, porém honrado cavaleiro, não abdicou de seu imensurável amor por sua senhora Dulcineia)


O CAVALEIRO DERROTADO

Talvez o tempo, que tudo envolve em densas brumas
Possa esquecer o que escreveram tantas plumas
E apague a dor de ver-se os sonhos destruídos

Fidalgo errante, ontem vencedor de mil batalhas
Hoje o que resta? Só o descanso ou a mortalha
A inglória sina que é o espólio dos vencidos

Efêmera é a conquista e toda a glória é passageira
Mas a derrota... essa perdura a vida inteira
Ainda que pouco hoje te reste por viver.

Prefiro a morte! - Hás de dizer - Prefiro a morte!
Já que os deuses não te deram melhor sorte
E á tua amada... tu honrarás até morrer.

                          Martim César



VENCIDOS
«Por la manchega llanura
se vuelve a ver la figura
de Don Quijote pasar.
Va cargado de amargura,
va, vencido, el caballero
de retorno a su lugar»
LEÓN FELIPE / SERRAT
MEDITERRANEO
1971

TE AMARÉ
«Te amaré, te amaré junto al viento
te amaré como único ser
te amaré hasta el fin de los tiempos
te amaré y después te amaré»
SILVIO RODRIGUEZ
RABO DE NUBE
1980