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sábado, 4 de maio de 2013



BADEN POWELL, A TELEVISÃO,
O CORDÃO DE OURO 
E A MÚSICA DO BESOURO


_POR ENILTON GRILL



A televisão brasileira durante o período de 1965 até 1972 viveu seu grande momento de integração com a música popular brasileira.

Programas como O Fino da Bossa, que Elis Regina apresentava semanalmente na TV Record, e Jovem Guarda, apresentado por Roberto Carlos tinham uma grande audiência.

Baden participou inúmeras vezes do Fino da Bossa. Era também a época dos festivais.

Em 1968, um grupo de prestigiados jornalistas, entre os quais Sérgio Porto, Sérgio Cabral e Lúcio Rangel, propôs para a TV Record a realização de uma Bienal do Samba.

O argumento era o seguinte: o samba, principal gênero da música popular brasileira ficava meio marginalizado nos festivais porque não seguia o padrão das canções que costumavam se apresentar neles.

A I Bienal do Samba foi então realizada.

Ela era restrita a convidados escolhidos por uma comissão que tinha o intuito de garantir a presença das grandes figuras da velha guarda do samba.

Da I Bienal participaram os veteranos Pixinguinha, Ismael Silva, Ataulfo Alves, Herivelto Martins, João de Barro, Cartola.

A vencedora foi Lapinha, de Baden Powell e Paulo César Pinheiro, então com 19 anos e estreando como letrista e foi interpretada por Elis Regina.


Lapinha é um afro-samba que conta a história de uma figura lendária da Bahia, o capoeira Valdemar de Tal, o “ Besouro”, o “ Cordão de Ouro”.

Capoeirista valente, famoso em toda a Bahia, Valdemar de Tal, o Besouro Mangangá, também conhecido como Cordão de Ouro, virou lenda depois de sua morte violenta, daí surgindo um refrão popular, a 'música do Besouro'.

Muito antes, no entanto, de virar lenda, sua história já corria. O povo da Bahia  dizia que o Besouro vivia de lutar contra o rei e andar fora da lei. Dizia também que havia enfrentado, e derrotado sozinho, o regimento da cavalaria de Salvador. Seja como for, corpo fechado para tudo, o Besouro Cordão de Ouro distraiu-se. Não teve o cuidado que todo e qualquer amor requer. Morreu traído por uma mulher.

O capoeira dormiu e sucumbiu. Sumiu. Antes de partir, um pedido só: 'Quando eu morrer / me enterre na Lapinha...'. O refrão, Baden ouviu do baiano Canjiquinha. Foi o mote para compor Lapinha.


LAPINHA
BADEN POWELL / PAULO CÉSAR PINHEIRO
FAIXA 01
BADEN POWELL
LE MONDE MUSICAL DE BADEN POWELL
1968

LAPINHA
BADEN POWELL / PAULO CÉSAR PINHEIRP
FAIXA 05
AS MÚSICAS DE BADEN E PAULO CÉSAR PINHEIRO
BADEN POWELL & OS CANTORES DA LAPINHA
1970

LAPINHA
ELIS REGINA, BADEN POWELL E OS ORIGINAIS DO SAMBA
I BIENAL DO SAMBA
TV RECORD
1968