SOBRE AMORES E OUTRAS UTOPIAS
POR ENILTON GRILL
PARA MARTIM CÉSAR
Era 1980. Vinicius já quase não saía. Só recebia os amigos mais íntimos. Havia, na época, uma jornalista que insistia com uma entrevista. Vinicius resistia até que um dia cedeu.
A primeira pergunta foi fulminante: - Poeta, o senhor tem medo da morte? Vinicius olhou nos olhos da moça e respondeu: - Não, eu não tenho medo da morte. O que eu tenho é saudade da vida.
E essa foi a última entrevista que Vinicius concedeu. Começava a década de 1980. Mais conhecida como a década perdida. Para o poeta já não tinha mais sentido a vida. Ele estava de despedida. Mal a década florescia e Vinicius morria.
E essa foi a última entrevista que Vinicius concedeu. Começava a década de 1980. Mais conhecida como a década perdida. Para o poeta já não tinha mais sentido a vida. Ele estava de despedida. Mal a década florescia e Vinicius morria.
Este livro
Me fez lembrar dois irmãos
Um chileno, outro brasileiro
Dois poetas imortais
Pablo Neruda e Vinicius de Morais.
Hoje é tudo - ou quase tudo -
Efêmero. Passageiro.
Menos a poesia de poetas assim
Como Vinicius, como Neruda...
Como Martim.