_ POR ENILTON GRILL
2012 AGOSTO, 19
Tudo o que aqui ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
O HOMEM
1973, ROBERTO CARLOS
Há pessoas que nasceram para ser farol. Outras, para segui-lo. Há pessoas que nasceram para receber. Outras, pra se dar. Há pessoas de índole boa. Outras, nem tanto.
Quando retornei à cidade de Pelotas, cheguei há alguns dias do aniversário dela. Mas bastaram poucas horas de convívio para perceber que estava diante uma pessoa boa. Acima de tudo, uma pessoa boa.
Sua voz falava só de amor. Todo gesto seu era de amor. Não demorei a descobrir sua paixão; e um disco do Rei foi o presente que dei a ela. E aquele sorriso solto e aberto, como quem diz "vem pra perto".
Uma pessoa agregadora. Daquelas poucas, pouquíssimas eu diria, que te fazem despertar os sentimentos bons. Todos nós os temos, é verdade. Mas alguns têm mais e outros menos. E, no mais das vezes, estão esquecidos e adormecidos. Perdidos neste mundo injusto, cruel e competitivo.
Uma alma leve e bonita. De uma bondade infinita. Uma árvore de muitos galhos e ramagens. Um rio de muitos braços. Braços sempre abertos pra ajudar. Braços sempre abertos pra abraçar. Nunca vou esquecer. Pra sempre vou guardar.
Devo a ela minha vida que quase se perdeu no mar. Eu estava já sem forças pra nadar. Ela também. Ela estava atrás de mim e me pediu socorro. Dessas coisas difíceis de explicar, ao ouvi-la gritar voltei pra ajudar. Nos salvamos os dois. Mas não fosse ela gritar eu não acharia forças e nem o caminho pra voltar.
Mais que em outro lugar, foi no mar que nos tornamos cúmplices. Cúmplices da vida. Vida que nos tocou viver e conviver, o que, diga-se de passagem, só me fez melhorar e crescer.
Morrer não é o fim. É isso que pulsa dentro de mim. É assim que bate meu coração. E ele bate por ti, Rejanão.
Enilton Grill
O HOMEM
FAIXA 09
ROBERTO CARLOS
1973