domingo, 15 de julho de 2012

Dylan e Ginsberg; poesia no túmulo de Kerouac, 1975 

DYLAN
ON THE ROAD

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__ POR ENILTON GRILL


PARA ALVARO BARCELLOS



DECUPADO DO LIVRO
DYLAN: A BIOGRAFIA
DE HOWARD SOUNES



No período universitário, uma das pessoas mais importantes para Bob Dylan foi Dave Whitaker. Whitaker era um homem muito pequeno, que pesava pouco mais de 40 quilos, extremamente liberal, inteligente e culto. Ele podia citar tanto os poetas beatniks quanto Henry Wadsworth Longfellow, e era conhecedor de política e história social.

Considerando-se ‘totalmente excêntrico, uma pessoa guiada pela emoção em um mundo guiado pela razão’, Whitaker tinha uma ambição básica, que era se tornar um vagabundo. Ele descobriu uma nova subcultura boêmia na literatura de Henry Miller e nos escritores beatniks.

No final dos anos 1950, Whitaker embarcou numa odisseia beatnik internacional. Ele viveu em um Kibutz em Israel, conheceu o escritor Willian Burroughs em Paris, os poetas Allen Ginsberg e Lawrence Ferlinguetti em São Francisco, e saiu para beber com Jack Kerouac. Em março de 1960, ele voltou para Minneapolis, conheceu Dylan e ficou seu amigo.

Ginsberg e Dylan: homenagem a Kerouac. Lowell, Massachusetts, 1975

‘Ele era como uma vasilha esperando e querendo ser preenchida’, diz Whitaker. ‘Eu fui a sua primeira abertura para o mundo lá fora, porque eu estivera lá. Nenhuma outra pessoa do grupo tinha estado por aí, por exemplo, em São Francisco com os beatniks. Veja bem, meu principal papel em relação a Dylan foi contar a ele sobre a vida do outro lado, dizer que havia uma vida alternativa lá fora. Que havia um lugar para ele.’

Bob Dylan acreditou e foi atrás.