MACONDO
* Por Álvaro Barcellos
Nas noites em que estou triste
eu fujo sumo me escondo
entre as artérias e veias
da aldeia de Macondo.
Rodeada de borboletas
passa Remédios – a bela.
Antes, não tinha polícia
ou fome ou febre amarela.
Entre bêbados e santos
magos loucos lua cheia
brotam amantes das praças
das águas puras da aldeia.
E sorvo o soro dos magos
nessa saga colombiana:
Cem anos de solidão
de uma pátria americana.
Então vislumbro ciganas
Erêndira e sua avó
cruzando caminhos tortos
e estradas de barro e pó.
Passa arqueada pelo tempo
a família Buendía
deixando escorrer dos templos:
paz formigas poesia.
*Poeta e escritor
Pelotas
Rio Grande do Sul