sexta-feira, 21 de março de 2014



1973: O ANO QUE REINVENTOU A MPB



LIVRO ORGANIZADO POR CÉLIO ALBUQUERQUE




Nas vitrolas rolava todo tipo de som. Do experimentalismo de Caetano Veloso e Walter Franco a música popular e romântica de Odair José e Antônio Marcos. Da força percussiva de Naná Vasconcelos aos rebolados dos Secos & Molhados. O ano de 1973 foi assim. O 1973 é assim. Assim é o ano que reinventou a MPB. Quando os críticos mais vorazes da música popular brasileira afirmavam que ela estava morrendo, notadamente com o final da era dos festivais> Mas, ao contrário ela simplesmente se reinventa.

Diversos discos fundamentais, que revitalizaram a MPB, vieram ao mundo fongráfico em 1973, ano dos primeiros álbuns de nomes como Fagner, Gonzaguinha (1945 - 1991), João Bosco, Luiz Melodia, Raul Seixas (1945 - 1989), Secos & Molhados, Sérgio Sampaio (1947 - 1994) e Simone.

Todos esses álbuns - títulos de discoteca básica que completaram quatro décadas de vida neste ano de 2013 - são historiados e analisados no livro 1973 - O ano que reinventou a MPB.


Organizado por Célio Albuquerque, o livro apresenta textos inéditos sobre cada disco, assinados por jornalistas e críticos musicais como Álvaro Costa e Silva, André Cananéa, Antonio Carlos Miguel, Ayrton Mugnaini Jr., Beto Feitosa, José Teles, Luiz Fernando Vianna, Marcelo Fróes, Pedro Só, Regina Zappa, Renato Vieira, Ricardo Schott, Silvio Essinger e Vagner Fernandes.

Há também textos assinados por artistas como o compositor carioca Moacyr Luz e o músico, maestro e produtor musical pernambucano Rildo Hora.


1973 foi rico em quantidade e qualidade. Isso ninguém vai poder discordar. Quanto as discos que poderiam estar e não estão resenhados... Queríamos ter mais LPs, mas era preciso ter um limite. E convenhamos, cada lembrança de um bom disco que não entrou só sublinha a ideia que 1973 foi o ano que reinventou a MPB, que ao contrário do que alguns afirmam, vem se reinventando todo dia. Nem tudo que a gente inventa é bom. Mas, aí já é outra coisa.

1973 foi rico em quantidade e qualidade. Isso ninguém vai poder discordar. Quanto as discos que poderiam estar e não estão resenhados... Queríamos ter mais LPs, mas era preciso ter um limite. E convenhamos, cada lembrança de um bom disco que não entrou só sublinha a ideia que 1973 foi o ano que reinventou a MPB, que ao contrário do que alguns afirmam, vem se reinventando todo dia. Nem tudo que a gente inventa é bom. Mas, aí já é outra coisa.

A falta de norte virou o rumo e a ausência de parâmetros, a libertação de quem não tinha mais mantras a seguir – desde que não irritasse os militares. Os anos anteriores, sobretudo os pós-Tropicália, já deixavam a marca da pluralidade, e artistas como Elis Regina haviam sedimentado suas carreiras sobre ela.

Se os alienígenas amigos de Siragusa ouvissem os discos dessa gente em 1973, certamente acreditariam que cada um caiu de um planeta diferente.

Assim, e com mais um punhado de argumentos, o livro 1973 – O Ano que Reinventou a MPB apresenta o ciclo “sem movimentos” da música brasileira. A coordenação de Célio Albuquer reúne 48 álbuns lançados em 1973 que reforçam a tese da temporada que não era da música de protesto nem das canções melodiosas. “Era tudo isso e mais um pouco”, escreve. Cada título é analisado por um crítico. “Só fizemos questão de chamar para escrever pessoas que tivessem ligações muito pessoais com as obras”, conta Célio.


Há ainda um capítulo sobre o álbum Phono 73 – O Canto de Um Povo, gravado ao vivo durante o festival não competitivo de três dias realizado pela gravadora Philips/Polygram, e uma entrevista com seus comandantes, André Midani e Roberto Menescal, feita por Albuquerque e pelo jornalista Marcelo Fróes, diretor editorial do projeto. “Eles dizem que foi ali que viram a necessidade de tratar os artistas sem mais diferenças”, conta Albuquerque.

Além de Phono 73, a seleção de discos inclui entre outros...


Das Barrancas do Rio Gavião (Elomar)




Um Passo à Frente (A Bolha)





Canto Por Um Novo Dia (Beth Carvalho)





Araçá Azul (Caetano Veloso)





Chico Canta (Calabar, O Elogio da Traição) (Chico Buarque)





Clara Nunes (Clara Nunes)





Marinheiro Só (Clementina de Jesus)





Edu Lobo (Edu Lobo)





Elis (Elis Regina)





Élton Medeiros (Élton Medeiros)





Manera Fru Fru, Manera (Raimundo Fagner)





Índia (Gal Costa)





A Música Livre de Hermeto Paschoal (Hermeto Paschoal)





João Bosco (João Bosco)





João Gilberto (João Gilberto)





Luiz Gonzaga Jr. (Luiz Gonzaga Jr.)





Pérola Negra (Luiz Melodia)





Drama 3º Ato (Maria Bethania)





Origens (Martinho da Vila)





Milagre dos Peixes (Milton Nascimento)





Amazonas (Nana Vasconcelos)





Nelson Cavaquinho (Nelson Cavaquinho)





Novos Baianos F. C (Novos Baianos)





Nervos de Aço (Paulinho da Viola)





Meu Corpo, Minha Embalagem, Todo Gasto na Viagem (Ednardo, Rodger e Tetty)





Krig-há, Bandolo! (Raul Seixas)





Terra (Sá, Rodrix e Guarabyra)





Secos & Molhados (Secos & Molhados)





Eu Quero Botar Meu Bloco na Rua (Sérgio Sampaio)





Matança do Porco (Som Imaginário)





Fotografias (Taiguara)




Terço (Terço)





Tim Maia (Tim Maia)





Matita Perê (Tom Jobim)





Todos os Olhos (Tom Zé)






Ou Não (Walter Franco)