quarta-feira, 20 de novembro de 2013



AH, AMÉRICA... TE HABLO DE PABLO!


POR ENILTON GRILL


PARA JUAN PABLO BERASAIN


Há mais de cinco séculos, a gente e a terra das Américas foram incorporadas ao mercado mundial na condição de coisas. A diversidade cultural foi considerada como ignorância e castigada como heresia em nome do deus único, da língua única e da verdade única. Em contraponto a essa inverdade e em nome da pluralidade, o continente do amor, da revolução e da liberdade lembra que a negação do que nos nega não tem porque implicar a negação do que nos alimenta. E o que nos alimenta são pessoas. Não importa a nacionalidade. Não importa se estão nos livros de história ou se são escória. O que importa é que tenham abrido portas e tatuado seu nomes na nossa memória.

Nomes como...

León Felipe, León Tolstoi. León Trotski, León Gieco. La Negra. El Greco. Rilke, Yupanqui, Condorcanqui. Bertolt Brecht e Johnny Cash. Gabo, Thiago e Saramago. Buñuel e Dalí. Bolívar, Artigas e Martí. Alberti, Viglietti, Benedetti. Gullar, Retamar, Elomar. Rubén Dario e Vitor Ramil. Boal, Chacal. Gabriela Mistral, Facundo Cabral. Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Cartola, Astor Piazzolla. Esquivel. Gabriel. Gardel. Noel. Rafael. Manuel de Falla. Manuel Machado. Antonio Machado. Machado de Assis. Faço uma pausa...Pra descontrair deste poema que tá uma chatice. Nos dois nomes a seguir não sabia se dizia Alfredo Zita Rosa e Guimarães Rosa ou Guimarães Rôssa e Alfredo Zitarrosa. Agora já disse. Matisse, Breton, Drummond. Velasquez, Hernandez e Marquez. Sábato, Borges e Cortázar. Gonella. Mandela. Sganzerla. Mariguela. Ariano, Galeano, Caetano. Chico, Federico. Bukovski, Maiakovski. Schlee, Manet, Monet, Ramonet, Haydée, Mallarmé. José Augustin, Guayasamin, Martim, Jobim. João, José, Maria. Rosalía, Cecília, Paco de Lucía. Vandré, Tom Zé, Arrigo Barnabé. Glauber, Guillén e mais alguém. Pode ser Deus. Pode ser Diablo. Pode ser Pablo. Pablo Neruda. Pablo Picasso ou Pablo Milanés. Tanto faz quanto fez. Pra mim o sobrenome pouco importa. O que importa é que seja Pablo. Este que me abriu as portas e me fez ir mais fundo. Este que me fez olhar pro mundo. Ah, América... Te hablo de Pablo... E de mais ninguém. Deste que está aqui...Aqui do meu lado e muito além.