terça-feira, 13 de setembro de 2011



 POESIA PALESTINA DE COMBATE


A poesia nos países árabes data do final do século VII, quando o lingüista al-Jalil estabeleceu as dezesseis métricas clássicas. No entanto, foi a partir do século XX que ela empalmou com as lutas dos povos árabes, tornando-se uma forma de expressão muito popular entre os guerrilheiros, os combatentes, os militantes políticos.

Na Palestina, a poesia acompanha os grandes momentos nacionais. Os poetas da geração de 1936, bem como os de 1948, já denunciavam os projetos de implantação sionista na região, desde as primeiras operações de compra de terras, o perigo que os ameaçava e a fundação do Estado de Israel.

A estratégia sionista foi combatida pela poesia desde as suas origens, e os poetas de hoje continuam a resistência dos poetas anteriores. A maioria deles toca no problema da terra, um dos aspectos mais dramáticos para o homem palestino, seu distanciamento da terra, de suas raízes, do próprio fundamento de toda a identidade nacional.

Esse é o tema de Fadwa Tuqan, considerada a diva da poesia palestina:


Basta-me morrer em meu país
Aí ser enterrada
Dissolver-me e aí reduzir-me a nada
Ressuscitar erva em minha terra
Renascer flor
Que alguma criança crescida em meu país arrancará
Basta-me estar no regaço de minha pátria
Estar perto dela como um punhado de poeira
Um raminho de grama
Uma flor
                                                 Fadwa Tuqan