domingo, 11 de setembro de 2011



 A ESTUPIDEZ HUMANA


* Por Enilton Grill


Que la guerra no me sea indiferente,
Es un monstruo grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente.
SOLO LE PIDO A DIOS
LEÓN GIECO


Afeganistão. Sete de outubro de 2001.

As primeiras bombas foram jogadas sobre o solo afegão. Mais uma vez os Estados Unidos apertaram o gatilho da morte. Há dez anos teve início maisuma guerra na história do mundo.

As palavras não bastam. A noite afegã foi ferida de morte. Naquela guerra os verdadeiros objetivos do governo estadunidense ficavam muito distante dos acampamentos talibãs.

Há dez anos foi o Afeganistão. Antes foi a Coréia, o Vietnã, Cuba, Nicarágua, México, o financiamento aos anos de chumbo no continente e mais recentemente o Plano Colômbia.

Debaixo do nosso nariz e com o aplauso de muitos vimos a repetição da história. Os bombardeios contra os afegãos espalharam seus efeitos também pelo resto do Terceiro Mundo.

E qual será a bola da vez agora? Não precisa ter bola de cristal pra saber que a Venezuela está na mira. No entanto com George Bush a mira era mais certeira. Com Barak Obama ela está um pouco mais desfocada.

Mas não nos enganemos, a mira está apontada. É só esperar a ordem de apertar o gatilho e atirar. Vale lembrar a história recente de um corpo lançado ao mar. Uma estupidez humana praticada a mando do presidente Barak Obama.

Os órgãos de inteligência norte-americanos fracassaram. Por dez anos vasculharam o mundo para caçar Bin Laden. Nada conseguiram. Só usando um método imoral, a tortura de um mensageiro de Bin Laden, conseguiram chegar ao seu esconderijo. Portanto, não tiveram mérito próprio nenhum.

Tudo nessa caçada está sob o signo da imoralidade, da vergonha e do crime. Primeiramente, o Presidente Barak Obama, como se fosse um “deus” determinou a execução/matança de Bin Laden. Isso vai contra o princípio ético universal de “não matar” e dos acordos internacionais que prescrevem a prisão, o julgamento e a punição do acusado.

Assim se fez com Sadam Hussein no Iraque, com os criminosos nazistas em Nürenberg, com Eichmann em Israel e com outros acusados. Com Bin Laden se preferiu a execução intencionada, crime pelo qual Barak Obama deverá um dia responder. Depois se invadiu território do Paquistão, sem qualquer aviso prévio da operação. Em seguida, se sequestrou o cadáver e o lançaram ao mar.

Parece até bangue-bangue. No entanto, um bangue-bangue real que se passa na grande tela planetária. E o duelo acontece entre mocinhos superarmados e teimosos seres do atraso, mal saídos da Idade Média, a ponto de merecerem dos primeiros, que se dizem representantes da Civilização, o apelido de não-civilizados.

Pode que assim seja para alguém que tenha o olhar mais apressado, comprometido ou interessado. Mas eu, que olho à distância, fico triste e assustado com a tênue e insignificante fronteira entre o mundo “civilizado” e o “não-civilizado”.

*Pesquisador
Ativista Cultural
Radialista
Autor deste blog: AMÉRICAS