sexta-feira, 12 de agosto de 2011

 

a galopar


por enilton grill


rafael alberti escreveu 'a galopar' em madri, em sua casa da rua velasquez 53, inspirado na cavalaria republicana.

os versos deste poema tornaram-se estandarte revolucionário das reivindicações antifranquistas.

exortação à tomada do poder contra o inimigo invasor de suas terras, este poema evidencia os valores simbólicos do cavalo e do cavaleiro. o cavalo, através de seu brio e força, sugere a figura de um libertador enquanto o jinete que o conduz é a imagem e metáfora do povo que luta, avança e galopa, dono de seu próprio destino, em busca de liberdade.

o poema foi escrito durante a guerra civil que assolava a espanha. o envolvimento de rafael com os republicanos foi total e irrestrito e o galope do cavalo sua confissão de fé.

anos depois paco ibáñez colocou música e o poema galopou mais rapidamente antes em espanha e logo em terras mais distantes.




A GALOPAR


Las tierras, las tierras, las tierras de España,
las grandes, las solas, desiertas llanuras.
Galopa, caballo cuatralbo,
jinete del pueblo,
al sol y a la luna.

¡A galopar,
a galopar,
hasta enterrarlos en el mar!

A corazón suenan, resuenan, resuenan
las tierras de España, en las herraduras.
Galopa, jinete del pueblo,
caballo cuatralbo,
caballo de espuma.

¡A galopar,
a galopar,
hasta enterrarlos en el mar!

Nadie, nadie, nadie, que enfrente no hay nadie;
que es nadie la muerte si va en tu montura.
Galopa, caballo cuatralbo,
jinete del pueblo,
que la tierra es tuya.

¡A galopar,
a galopar,
hasta enterrarlos en el mar!
                       
                      Rafael Alberti
                          1902 - 1999



Concierto en el teatro Alcalá 
Madrid 
Mayo 
1991.