domingo, 23 de março de 2014



50 ANOS DO GOLPE MILITAR



O sentimento de missão interrompida acompanhou a geração do golpe militar de 1964.

Cinquenta anos depois, as consequências da repressão no teatro ainda são motivo de reflexão. Os tempos que precederam o golpe foram de politização dos palcos.

Em 1958, em São Paulo, o Teatro de Arena apresentava Eles Não Usam Black-Tie, texto de Gianfrancesco Guarnieri, com direção de José Renato, que contava a história de uma greve de operários.

Em 1960, no Rio, Oduvaldo Vianna Filho, o Vianninha, opunha proletários e capitalistas entre os personagens de A Mais-Valia Vai Acabar, seu Edgar, com direção de Chico de Assis.


Ainda em 1964, o espetáculo Opinião, que misturava música e teatro, marcou o início da resistência. Em cena, sob direção de Augusto Boal, estavam João do Vale, Nara Leão (depois Maria Bethânia) e Zé Kéti.

O show deu origem ao grupo Opinião, que estreou, no ano seguinte, Liberdade, Liberdade, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, outro marco. Junto com o Teatro de Arena, o Opinião se tornou um dos bastiões contra a ditadura. A terceira força era o Teatro Oficina, com ênfase na experimentação de linguagem.